Encontros de Pesquisa em ADC: primeiro encontro

No dia 15 de abril de 2009, foi realizado o primeiro encontro do II Ciclo de Encontros de Pesquisa em Análise de Discurso Crítica.

Nessa ocasião, tivemos as apresentações de Elaine Caldeira, e de Artur Araújo e Sinara Bertholdo.

Elaine Caldeira apresentou seu trabalho intitulado “A recorrência do processo parafrástico na constituição identitária psicossocial – discursiva tocantinense”. Com o objetivo de “compreender e analisar, a partir das representações discursivas que constituem as diferentes narrativas sobre as identidades tocantinenses, o processo de constituição da identidade psicossocial e discursiva do tocantinense por meio da seleção e interpretação das narrativas dos diversos grupos identitários que habitam essa região (indígenas, negros, mulheres, idosos, funcionários públicos, quebradeiras de coco)”, a análise de dados, com abordagem da Análise de Discurso de vertente Francesa, mostrou que “a identidade tocantinense constitui uma identidade simbólica, imaginária, expressão de um desejo, relacionada com a representação ideológica de civilização e progresso, espaço de sonhos, de realizações e de oportunidades”.

Em seguida, Artur Araújo e Sinara Bertholdo apresentaram o trabalho “Fraseologia e Racismo: Análise Discursiva em Boletins de Ocorrência sobre discriminação racial e preconceito de cor em SP e DF”. Objetivando “refletir sobre a fraseologia do português do Brasil nas relações raciais entre ‘brancos’ e ‘negros’ na perspectiva discursiva”, procederam a uma análise discursiva de um corpus de boletins de ocorrência de São Paulo e do Distrito Federal. “Os resultados da pesquisa mostram que a materialização do preconceito de cor se manifesta, sobretudo, por meio de verbalizações de termos e escolha lexicais como marcadores de ideologias racistas e as expressões idiomáticas racistas são atualizadas no discurso 'B.O.' e encontradas em 90% dos Boletins de Ocorrência pesquisados. Portanto, as expressões idiomáticas são essenciais no processo de convencimento da autoridade policial e da vítima sobre a hipótese de racismo e preconceito de cor.”